quinta-feira, fevereiro 16, 2012

Post de Velentine's day atrasado

De onde foi que nós, seres humanos, com mais de 7 milhões de semelhantes de nossa espécie espalhados por todo o mundo, tiramos a ideia de que seríamos mais felizes se optássemos pela monogamia ao invés de aproveitar essa grande variedade biológica que nos cerca para "pular de galho em galho"?
Sinceramente, acho que tenho a resposta pra isso na ponta da língua, mas hipoteticamente falando, vamos supor que eu não a tenha e esteja em busca de uma resposta e vamos expor a seguinte situação:
Você está na sua casa no pique pra night. Tá solteira, afim de curtir a noite, liga pra galera pra combinar uma balada enquanto já aproveita pra investir em todos os seus contatos gatos que estão online no chat do facebook, afinal, nunca se sabe quem pode aparecer na balada, não é mesmo? Se arruma, fica linda pra todos, aí recebe aquela mensagem de um cara que você não vê há meses e mora fora, mas que de vez em quando vem pra sua cidade e vocês podem sair juntos. Chega a hora da balada, todos curtem a noite, inclusive você, que atrai dezenas de olhares por onde passa, recebe elogios, cantadas, beija um, encontra o cara da mensagem e termina a noite com outro. Até que a noite acaba, o sol começa a nascer e você vai pra casa descansar um pouquinho sozinha, mas não por muito tempo, afinal, tem um compromisso marcado com outro gato a tarde, com quem por sinal, tem um dia perfeito.
Até que, depois de muita festa, diversão, gatos e afins, o final de semana acaba, começa mais uma segunda feira chata e cansativa, e logo no seu café da manhã você começa a sentir aquele pequeno vazio, que se arrasta por um longo tempo, até que chega mais um final de semana de curtição.
Moral da história: Ser solteiro é muito bom, legal e blablabla, mas no final de tudo, admita, sempre vai faltar alguma coisa.
Antes de continuar, quero deixar claro que não estou generalizando a situação acima a todos os solteiros do mundo, cada um sabe se a carapuça serviu ou não, e se não serviu, é obvio que pelo menos alguém parecido com isso você conhece.
Agora, voltando ao que interessa, acredito que exista uma fase exata na vida de cada um para as coisas acontecerem, inclusive a fase de curtição com a galera, com os gatinhos e afins. Mas acontece que um dia, com o amadurecimento as coisas mudam, e começa a parecer que, por mais que se esteja rodeado de gente por todas as partes, ainda vai faltar alguém, algo que nem você mesmo saiba explicar, mas que, por mais que as vezes te irrite, ou que você nem mesmo entenda a razão, faz com que você se sinta inteiro.
E cada dia mais eu tenho certeza que é por isso que nós, os tais homo sapiens que temos tantos exemplares espalhados por aí, deixamos de lado todos eles e enfim encontramos tudo e depositamos tudo de nós em um único exemplar da espécie, que não é o mais perfeito, muito pelo contrário, mas é aquele que, naquele tédio insuportável da segunda de manhã vai te mandar um sms pra dizer que sonhou com você, ou para as menos românticas, como eu prefiro, pra dizer que acabou de acordar e tá pressentindo que o dia vai ser um saco, e você é claro concorda, afinal é segunda feira; mas vai enfrentar o dia chato com o coração cheio, e a certeza de que, enquanto muitos estão apenas se arrastando pela semana pra ver ela passar mais rápido, você sempre vai ter alguém que se lembra de você ao acordar, e que por sinal, é pra esse mesmo alguém que você pode correr quando estiver no tédio, angustiada ou qualquer coisa do gênero. Afinal, essa pode não ser uma regra geral que se aplique a todos nós seres humanos, mas uma grande parte de nós entende muito bem o que eu quero dizer quando penso que é muito melhor ter um o tempo todo do que ter todos por pouco tempo.

sexta-feira, dezembro 23, 2011

O que te faz feliz?

Já me perguntaram milhões de vezes, e até eu mesma já me peguei várias vezes me perguntando essa tão famosa frase.
A verdade é que nunca soube a responder com precisão, principalmente porque pra mim, felicidade é uma coisa muito relativa. Ninguém consegue saber o que pode ou não te fazer feliz antes de ter, nada pode ser descrito como uma razão de felicidade apenas se imaginando como seria. Felicidade deve ser sentida, compartilhada e muito bem aproveitada para poder ser dita.
E é por isso que a felicidade é algo relativo. Porque esta trata-se nada mais do que um sentimento mutável, como qualquer outro (salvo as raras excessões de amor verdadeiro), e sendo assim, muda; assim como mudam nossas prioridades, nossos sonhos, nossos focos ou objetivos.
Me diga uma coisa que te fazia muito feliz quando você tinha 5 anos e tente fazê-la exatamente igual pra ver se a tal da felicidade é a mesma. Provavelmente sua resposta será não.

Mas afinal, o que te faz feliz?

Insistindo nessa pergunta a mim mesma, cheguei a conclusão de que a primeira parte desse texto não se faz totalmente verdade quando trocamos o "que" por "quem". Então me diga agora: Quem te faz feliz?
É incrível como nosso cérebro age rápido pra responder a essa pergunta, não é? Até hoje não conheci nenhuma pessoa sequer que não tivesse pensado imediatamente em alguém para citar, e em todas essas vezes, mais do que palavras, apareciam sorrisos e brilhos nos olhos; e é essa que é a verdadeira felicidade para mim.
A felicidade está longe de existir em coisas; ela está nas pessoas. É claro que conquistas ou realizações podem nos deixar feliz, mas se não houverem pessoas pra compartilhar esses momentos, do que é que eles vão adiantar? Vão se tratar apenas de mais alguns casos de felicidade momentânea que no final de tudo acabam sendo convertidos em frustração.
Por isso é que as pessoas são importantes, e importantes até demais, e cada vez mais me dou conta de o quanto é incrível a convivência em sociedade, entre amigos, entre as pessoas por quem se sente afeto.
E é dessa forma que hoje quero terminar meus devaneios dessa noite: Com a certeza de que eu tenho ao meu lado aquilo que me traz felicidade, e uma felicidade que não vai passar daqui a alguns dias. Uma felicidade que eu escolhi, mas que de certa forma me escolheu também; uma felicidade plena e com poucas cobranças; que não é sempre linda, nem mesmo me deixa de bom humor sempre - por mais contraditório que isso possa parecer - mas que eu sei dentro de mim que é uma felicidade só minha, e que apesar de imperfeita, é perfeita pra mim.

domingo, novembro 06, 2011

Devaneios de uma chocólatra.

Sabe, não existe absolutamente nada nessa vida que aconteça por acaso. Os começos, términos, nossas perdas e ganhos e até as amizades que fazemos ou deixamos de lado. Tudo tem um porque, razão essa que não nos cabe enxergar de imediato. Muitas vezes na verdade, talvez nem cheguemos a uma real compreensão sobre a maioria das coisas que acontecem ao nosso redor; mas quando compreendemos o motivo que levou algo a acontecer, parece que um peso em nossas costas é instantaneamente extraido, como uma coisa mágica (mesmo com todos os exageros que essa palavra possa parecer).
A verdade é que, o que me levou a escrever esses meus devaneios a essa hora da noite ouvindo músicas nostálgicas e comendo chocolate, foi que hoje, finalmente consegui enxergar o quanto eu tive que perder pra chegar onde estou agora. E sabe o que é melhor disso tudo?
Absolutamente nada daquilo que me foi tirado me faz falta, e boa parte disso se deve ao fato de que, só perdendo algumas coisas é que aprendi a dar valor aquilo que me foi dado posteriormente.
Tudo se tornou mais "mágico" ainda, quando percebi que nem meus erros foram em vão. E por mais clichê que isso possa parecer, às vezes é dificil de verdade compreender que somente quebrando a cara um bilhão de vezes é que se aprende a viver (ou no mínimo, se aprende a quebrar a cara com um pouquinho mais de classe).
Deixando papos clichês e devaneios de lado, queria deixar um pouco desse meu espaço hoje para agradecer.
Sim, agradecer!
Primeiramente a todas as pessoas idiotas que passaram pela minha vida só pra me provar que quem fala demais sente de menos. Foi com vocês que eu aprendi o valor que algumas frases tem, e que elas não precisam ser ditas o tempo todo pra fazerem sentido.
Segundo, aos meus saudosos falsos amigos, que já me levaram a tantos caminhos inúteis. Pelo menos agora eu sei o que eu não quero ao meu lado de jeito nenhum, e tive aulas gratuitas de como se dissimular, o que é ótimo em determinados momentos (tipo quando eu os enontrar na rua, por exemplo).
Em terceiro, um agradecimento especial a todos aqueles que me usaram das piores formas possíveis. Sem vocês, como é que eu aprenderia a amar tanto minha liberdade, não é mesmo?
Agora, deixando pra traz a ironia dos ultimos parágrafos, gostaria mesmo é de agracecer a Deus por todas as mudanças que já me proporcionou na vida. Todas elas foram pra melhor, e a cada dia que passa eu tenho mais certeza disso, e mais certeza ainda de quem está do meu lado agora são aqueles que eu quero pra sempre e que eu mais amo.
Obrigada de verdade.

E que venham mais e mais mudanças e acontecimentos pela frente. Estou mais preparada do que nunca para elas, principalmente se houver algúem ao meu lado pra me dar a mão e ajudar a passar por elas.

quinta-feira, outubro 27, 2011

Sobre escrever

Passei alguns minutos olhando para esta página em branco pensando em o que poderia escrever aqui hoje. Depois de tantos meses em obsolência me parecia que aqui, neste espaço, milhões de coisas precisavam ser ditas, mas nenhuma delas era suficientemente digna de preencher a grande lacuna de tempo que se passara desde a ultima postagem.
Lembrei-me que hoje de manhã passei da felicidade de um pequeno momento, ao desespero de querer fugir de onde se está e quis escrever sobre isso; mas me lembrei que esse desespero passou tão rápido que não me pareceu também digno de ocupar tal lugar. Passei pelas milhões de coisas em minha cabeça em questão de instantes, e percebi que ao procurar me surgiam infinitos temas com infinitas razões, tudo era motivo pra se escrever, mas nada de realmente importante neste momento.
Comecei então a pensar que este talvez não fosse um bom dia, mas qual seria? Quantas e quantas vezes mais eu teria que olhar para este espaço em branco até sentir que deveria realmente falar sobre algo? Em que momento ia me sentir segura a confidenciar um pouco de mim a este lugar? Por onde estava caminhando todo aquele meu tão conhecido desespero antigo que quando batia em minha porta era tão forte que me fazia querer explodir, cuja única forma de diminuí-lo era escrevendo tudo aquilo que eu não conseguia falar?
Dizer que todo o desespero acabou seria uma grande mentira.
O desespero continua aqui, presente. Continua sendo todos os dias o combustível insubistituível para tudo aquilo que preciso escrever, afinal, se não fosse o desespero de me sentir incapaz de escrever algo, neste momento não haveria um novo post para ser lido aqui. Se não fosse por este pequeno lapso de sentimentos interlaçados que me ocorreram em questão de segundos, meus dedos não estariam neste momentos sedentos por digitar cada palavra como se este fosse um prazer infindável.
Percebi então (e dessa vez mais forte do que nunca) que escrever é minha válvula de escape. Quando tudo está errado no meu mundo as únicas coisas que se constroem certas são as palavras; e que no caso de hoje, apesar de meus medos, de minhas distorções, paranoias e desesperos, o vazio que tanto me fazia companhia junto com o desespero do meu passado não está assim tão próximo de mim. Ele foi sucumbido por uma dose cavalar do bom e velho amor.
Sim, amor.
Tenho amado mais, e consequentemente tenho me sentido mais amada. Não sei quanto tempo isso vai durar, talvez não mais que alguns dias ou semanas, quem sabe. Mas do futuro pouco neste momento importa.
A única coisa que deve ser dita agora é que me sinto bem.
E quando se está bem falta tempo para se escrever, é preciso viver, e viver intensamente.

quinta-feira, julho 21, 2011

Os monstros do armário

Era uma vez uma garotinha que vivia em uma casa feliz, com uma família feliz, enfim, tudo perfeito. No seu mundo só tinha sentimentos bons, e ela gostava de tudo assim. No entanto, num belo dia ela foi apresentada aos sentimentos ruins que até então estavam mascarados, e por mais que ela tentasse o tempo todo não demonstrar, nesse dia o seu mundo desabou, e ela teve então que se adaptar a viver a cada dia numa árdua missão de tentar prender todos esses sentimentos dentro de um "armário", pra dessa forma poder tentar esquecê-los e fingir que estava tudo bem. Brilhantemente ela fez isso por um longo tempo, e passou novamente a se sentir feliz, mas dessa vez por um outro motivo: pela saborosa sensação de parecer vencer tudo aquilo que a aflingia.
No entanto, o que ela era incapaz de imaginar era que à partir do momento em que ela teve que passar a lutar todos os dias contra os sentimentos ruins, começara a lhe faltar tempo para cultivar os sentimentos bons; e a garotinha que nessa época já não era tão pequenininha assim começou a tornar-se uma pessoa fria; e o pior: ela nem percebia o que estava acontecendo ao seu redor.
Aconteceu então o inesperado, e um dia desses reapareceram algumas fadas em sua vida que a fizeram enxergar que os sentimentos bons ainda estavam lá; e aí a garota então decidiu que talvez fosse hora de ela dar uma nova chance a eles. E eles então voltaram; nem todos, nem ao mesmo tempo, nem com a mesma intensidade de antes, mas voltaram, por mais que fosse de um jeitinho tímido. E nesse dia ela passou a sentir orgulho de si mesma, orgulho de ter um coração.
Com o tempo ela foi se esquecendo daqueles monstros do armário, parecia tudo perfeito novamente (com alguns tropeções, é claro) e ela estampava um sorriso no rosto todos os dias, dessa vez sincero.
O problema é que numa noite dessas os monstros acordaram. Eles fugiram do armário e tomaram conta de novo da garota, dessa vez sem fazer com que os sentimentos bons desaparecessem, muito pelo contrário. E ela agora está se sentindo mal. Está com medo desses monstros, pois ela sabe o poder que eles tem de fazer mal aos outros, e principalmente a ela mesma. Ela tenta escondê-los, tenta colocá-los de volta no armário, mas ela também sente medo de que disperdiçando novamente tanto tempo pra prender todos esses monstros, lhe falte tempo pra manter cultivados os sentimentos bons.
E agora eles estão em conflito, e ela está tentando disfarçar isso de novo, mas não esta dando. Quando se prende demais o que se tem por dentro o sufoco se torna tão insuportável que ela precisa encontrar uma forma pra se  aliviar. E talvez por isso hoje ela esteja tentando escrever um conto de fadas.
 Triste ilusão. Ela sabe exatamente que isso é impossível, e sabe que uma hora ela vai ter que aprender a lidar com todos esses monstros e cultivar o bem ao mesmo tempo se quiser realmente viver e não apenas existir... Mas está difícil, e quando ela se sente fraca ela volta atrás e se faz de durona novamente.
Os monstros vão continuar assombrando, mas ela está aí.. está com vontade de viver. Se ela vai superá-los? Talvez. Mas o primeiro passo pelo menos ela já deu; e hoje ela adimite que tem medo desses monstros sim, mas que não vai se deixar abalar, não dessa vez, não mais uma vez..
A não ser que esses monstros tenham realmente tanta força a ponto de matar as fadas.

segunda-feira, julho 11, 2011

Heart Submission

O cérebro comanda o coração; essa é a regra. E o que se tem visto é que o cérebro com todas as suas artimanhas e conspirações tem se mostrado muito mais forte do que o pobre e indefeso coração que só consegue no máximo bater forte como se tentasse dizer: "olhe, eu ainda estou aqui, tente prestar atenção no que eu quero."
É, não funciona muito para ele. Aparentemente nesse nosso mundo frio demais os sentimentos perderam seu espaço, e o que vem ganhando cada dia mais status é seguir o que seu cérebro te manda fazer, independente se ele te manda fazer algo bom ou ruim.
Não estou dizendo que usar a cabeça seja algo ruim, muito pelo contrário. Mas daí a usar-se apenas dela para moldar suas próprias mentiras e criar um outro mundo e sair por aí querendo que os outros joguem o mesmo jogo que você criou apenas para seu próprio benefício passa bem longe de ser algo certo.
Nosso cérebro é capaz de criar todo um roteiro, com vilões por todos os lados, onde os mocinhos indefesos já morreram faz tempo, e onde o único e correto herói é aquele que criou toda a história. E pior que tudo isso, é que de certa forma o cérebro tenta vender essa sua bela história aos outros, pouco se importando com os danos que isso pode causar aqueles que a compram, e se importando menos ainda com a versão da história daqueles que ele julgou como vilão e o quanto pode estar prejudicando a vida desse "vilão" por conta de seus caprichos individuais e de sua incansável sede por piedade, que o cérebro não cansa nem por um momento de ter. Ele articula, busca as melhores palavras, joga com cuidado, examina o terreno. E coitados dos corações desavisados que ainda não foram apresentados ao poder letal que as palavras articuladas pelo cérebro têm, eles sofrem dores incuráveis, acabam com cicatrizes profundas e algumas vezes terminam até destruidos ou fracos. E são esses corações que destruidos acabam perdendo sua força de lutar, e acabam cedendo espaço a outros tantos cérebros manipuladores, contribuindo para com que o ciclo continue, e com cada vez mais força.
Somos assim. Escrevemos em todos os lugares sobre o amor, mas na primeira vez em que ele nos dá as costas nos esquecemos de nossos valores pra cometer uma vingança contra ele. Temos uma sede enorme por sentir, por querer que sintam algo por nós, que acabamos nos esquecendo de que para se ter amor é preciso antes de tudo dar amor, e o mesmo vale para o respeito, para a adimiração, para a consideração, compaixão, enfim, para tudo. É preciso primeiro distribuir aquilo que se quer para depois receber de volta.
E era este o ciclo que deveria permanecer sempre... Mas nossos corações ainda continuam sendo muito fracos, e os cérebros muito fortes. E as deilusões de um dia acabam tornando-se dentro de nós as desilusões incuráveis de uma vida - ou sobrevida- que acabamos levando por não termos a capacidade de esquecer ou perdoar, a capacidade de enterrar de uma vez as cicatrizes do passado pra simplesmente viver seguindo um pouco mais as batidas de nosso coração do que os remorsos que ficam guardados naquele canto escuro de nosso cérebro.

quarta-feira, junho 15, 2011

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"Está tudo sob controle."
E era essa mentira que ela inventava para si mesma e repetia milhares de vezes na frente do espelho.  E no começo parecia realmente estar.
Doce ilusão...
Por mais uma vez o raio parece estar atingindo o mesmo lugar, o centro de tudo. E ela ? Bem, ela apenas tenta parecer normal, forte, invensível, com esse ar de quem sempre sabe o que quer e que está pouco se importando pra essa coisa de sentimentos. Ela finge pra si mesma todos os dias que está acima disso, acima da possibilidade de gostar, acima da possibilidade de se apegar.
E essa noite ela se joga no sofá com uma tigela enorme de brigadeiro e sente pena de sí mesma. Mal sabem as pessoas que a cercam o turbilhão de coisas que passam pela cabeça dela ao mesmo tempo, e principalmente a enorme quantidade de medos que cercam seu coração. ELA TEM MEDO DE QUE A HISTÓRIA QUE ELA JÁ ASSISTIU DE CAMAROTE SE TORNE UM DIA TAMBÉM A SUA HISTÓRIA.
E dessa forma, ela vai seguindo sua vida vazia distribuindo sorrisos e se dizendo feliz. Talvez ela o seja um dia, talvez ela escape dessa vida e consiga realizar algum sonho. Talvez amanhã ela acorde melhor e nem se importe com mais nada disso.. Mas o que ela sabe - e muito - é que AGORA está doendo, e que todos ao seu redor parecem não ouvir aquilo que ela está gritando, mesmo que silenciosamente.

Talvez ela seja apenas mais uma dramática irremediável, talvez nada disso exista .. vai ver essa é só mais uma história que ela criou para preencher os espaços de sua ausência de vida.